Imagem ilustrativa sobre o projeto "Quem defende seus dados?".

Relatório mostra melhor desempenho de operadoras em proteção de dados a usuários em 2020

Dois meses após entrada em vigor da LGPD, empresas avançam em políticas de privacidade, mas ainda precisam melhorar resultados.

Notícias Privacidade e Vigilância 17.11.2020 por Institucional

A quinta edição da pesquisa “Quem defende seus dados?“, lançada na última quinta-feira (16), mostrou que as empresas têm evoluído significativamente em políticas de privacidade de seus clientes e na adoção de boas práticas de transparência e proteção de dados.

De acordo com Nathalie Fragoso, coordenadora da área de Privacidade e Segurança do InternetLab, os pesquisadores envolvidos no estudo observaram também o engajamento de algumas operadoras no judiciário em defesa da privacidade de usuários, seja diante de pedidos abusivos ou genéricos de dados, ou contestando normas que fragilizam a proteção à privacidade no Brasil.

“Uma tendência geral é a melhora no conteúdo e na forma das políticas de proteção de dados e privacidade. Estão mais completas, mais claras, mais acessíveis. Isso, certamente, está relacionado à entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados há poucos meses”, explica.

A vigência da LGPD se iniciou em setembro de 2020, mas já se pode ver os efeitos sobre as empresas de telefonia que ficaram mais atentas à transparência com os usuários. “A LGPD ajudou a chegarmos a esse resultado. Ela não cria apenas a obrigação legal, mas também cria expectativas e orienta o debate público à proteção de dados”, afirma Fragoso.

Por outro lado, a pesquisadora diz que nenhuma das empresas jamais se comprometeu em notificar o usuário, caso os dados fossem solicitados por agentes do Estado. “Poucas empresas publicam relatórios de transparência (TIM, VIVO e Sky) e em seus contratos ou políticas de privacidade falham em deixar claro as hipóteses e os limites de colaboração com o Estado em investigações”, explica.

tabela descritiva com o ranking de provedoras de acesso à internet. A respeito das informações sobre a política de proteção de dados, claro móvel, Net fixa, tim móvel e fixa e algar fixa representam o melhor desempenho. Quanto aos protocolos de entrega de dados para investigações, vivo fixa e móvel se destacam, mas ainda com um desempenho baixo. Sobre a defesa dos usuários no judiciário, oi e tim fixa e móvel são mais bem avaliadas. Sobre a postura pública pró-privacidade, tim e vivo fixa e móvel se sobressaem. Relatórios de transparência e de impacto à proteção de dados, tim fixa e móvel se destacam. Em relação à notificação do usuário, nenhuma das empresas oferecem.

Para ela, as operadoras ainda precisam empreender um esforço ativo para que os direitos dos usuários não sejam violados.

O estudo analisou as empresas Oi banda larga fixa e móvel, Vivo banda larga fixa e móvel, TIM banda larga fixa e móvel, NET, Claro, Nextel, Algar e Sky – em seis categorias, dentre elas protocolos de entrega de dados para investigações e proteção dos usuários no judiciário.

Uma das inovações nos critérios de avaliação neste ano foi atentar ao contexto da pandemia de covid-19 como ameaça para a privacidade dos usuários.

O projeto é feito pelo InternetLab com a parceria da EFF (Electronic Frontier Foundation) – uma das principais organizações americanas de defesa de direitos digitais –, sendo a versão brasileira da pesquisa estadunidense “Who has your back?“.

Os resultados de 2020 estão disponíveis em quemdefendeseusdados.org.br.

***

Na imprensa

compartilhe