Foto da equipe do InternetLab, abraçados, em frente a uma escada.

Gênero e Internet: novo ciclo, novas interlocuções

Notícias Desigualdades e Identidades 21.09.2015 por mrnvlnt

Após período de leituras e pesquisa exploratória ao longo do primeiro semestre, a equipe de Gênero e Internet do InternetLab dá início a diálogos e debates com rede de pesquisadoras e pesquisadores no campo.

Em 19 de agosto, a equipe de pesquisa do projeto Gênero e Internet realizou, no InternetLab, uma roda de conversa com pesquisadores, pesquisadoras e ativistas, para apresentar os resultados do trabalho até o momento, e discutir o projeto de pesquisa que guiará as atividades do grupo até o fim de sua vigência  (março/2016). Fizeram parte da conversa Beatriz Aciolly – antropóloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença (NUMAS) da USP, João Terra – advogado e ativista, Haydée Svab – engenheira civil, co-fundadora do Grupo de Estudos de Gênero da POLI/USP (POLIGen), Veridiana Alimonti – advogada e pesquisadora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Ana de Mello Côrtes, graduanda em Direito na USP e membro do grupo Grupo de Estudos Direito e Sexualidade (GEDS), e Marina Ganzarolli, advogada e ativista, além de pesquisadores e pesquisadoras do InternetLab.

Uma das conclusões dos primeiros meses de projeto é a inexistência de uma rede de pessoas discutindo, do ponto de vista acadêmico ou ativista, as interseções entre direito, gênero e questões de políticas de Internet. Assim, se um dos objetivos do encontro era qualificar o projeto de pesquisa, trazendo uma diversidade de olhares sobre ele, outro era dar uma contribuição para a formação de uma rede de pessoas que possam colaborar futuramente sobre o tema. Para nós, do InternetLab, o encontro rendeu reformulações no projeto, inclusive de forma a evitar sobreposições com trabalhos de outras pessoas e, assim, aumentar seu potencial de contribuição com o campo.

Foto da equipe do InternetLab, em uma reunião, sentados em uma mesa.

Foto da equipe do InternetLab.

Duas semanas depois, tivemos a oportunidade de discutir alguns resultados dos primeiros meses de projeto no II Seminário Internacional Desfazendo Gênero. Ocorrido entre 04 e 07 de setembro, em Salvador, o evento reuniu 1500 pesquisadores/as, ativistas e interessados/as na temática de gênero e sexualidades.

Foram 6 mesas redondas, 25 mini-cursos, 25 oficinas e 71 Simpósios Temáticos (ST). A equipe apresentou o artigo E se as fotos de Veronica não tivessem vazado na Internet?, no ST O conceito de cisgeneridade como resistência epistêmica coordenado por Jaqueline Gomes de Jesus (UNB), Hailey Alves (Coletivo Transfeminismo) e Viviane Vergueiro (UFBA). O debate sobre as graves violações de direitos humanos – da integridade física à intimidade – sofridas pela travesti Veronica Bolina abordada no texto ensejou importante reflexão sobre transfobia institucional.

Além disso, participamos de algumas outras atividades dentro da temática do projeto, em especial da oficina Ciberativismo, segurança e privacidade, com a jornalista e pesquisadora mexicana Florencia Goldsman, e do ST Mídias Digitais, Práticas Culturais e Dissidências de Gênero, coordenado por Larissa Pelúcio (UNESP) e Richard Miskolci (UFSCAR). Nesses dois espaços, encontramos pesquisadores e pesquisadoras que estão atuando em campos ligados ao nosso, discutimos desafios de se fazer pesquisa na Internet, e, mais importante, observamos as preocupações de pessoas de outras àreas das ciências humanas – que sobretudo ressaltavam a importância de, nessa área, paredes disciplinares serem derrubadas.

No ciclo que se iniciou em setembro, focaremos no tema da violação de privacidade/intimidade online em função de gênero/sexualidade, buscando saber, em especial, se o arcabouço normativo dá conta das facetas do problema. Para isso, seguimos com análise da jurisprudência do Tribunal de Justiça de São Paulo e com entrevistas em profundidade com atores relevantes na judicialização da questão.

Foto de três pessoas da equipe do InternetLab, em frente a UFBA. Da esquerda para direita, Lucas Bulgarelli, Natália Néris e Mariana Valente.

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